Ensinando as crianças a se relacionar

1 de maio de 2013 6 comentários

Toda mãe quer que seus filhos sejam capazes de se relacionar bem com as pessoas, que saibam respeitar os direitos do outro, tenham bons amigos, sigam as normas necessárias ao bom convívio em sociedade, enfim, que sejam bons cidadãos. Para isso, você, mãe, precisa ensinar vários comportamentos a seus filhos, para que eles possam se comportar de maneira adequada em determinadas situações.

Sabe-se que as crianças aprendem, principalmente, por meio da imitação. Por esse motivo, é extremamente importante que os pais tenham consciência de que a maneira como eles (pais) se comportam, certamente será o modelo que seus filhos terão para se comportar. Não adianta pedir para o filho não agredir um colega da escola, por exemplo, se quando você fica nervosa acaba agredindo o próprio filho. É essencial que suas ações e atitudes sejam coerentes com o que você diz ser o correto aos seus filhos. Vale mais agir do que falar!

Ensinar as crianças a se relacionar, a ter boas maneiras, compartilhar ou repartir e a ter empatia (saber se colocar no lugar do outro) pode ser uma tarefa simples se fizer parte da rotina diária da família. Mãe, a melhor maneira de transmitir essas habilidades a seus filhos se dá por meio do seu próprio comportamento.

Como nem sempre é fácil ser um modelo ideal o tempo todo, você, mãe, pode-se valer de algumas técnicas que a auxiliam nesse objetivo. Por exemplo, você pode anotar em um papel quais habilidades você considera serem importantes que seus filhos adquiram. Essas anotações podem ser norteadoras para sua maneira de se comportar e podem servir como uma maneira de você, freqüentemente, avaliar se tem cumprido suas metas ou não e, conseqüentemente, pode mudar suas ações quando julgar necessário.

Como já foi ensinado em sessões anteriores, o reforçamento de comportamentos adequados é essencial nesse tipo de situação. Sabendo que isso é um trunfo especial que você, mãe, tem, é importante que você sempre lembre que o reforçamento dos comportamentos e habilidades que deseja que seu filho aprenda é indispensável.

Outra questão importante é que você, mãe, também é responsável por criar oportunidades para que os comportamentos desejados ocorram e, também, por apontá-los quando ocorrerem, elogiando e dando atenção a eles.

Seis passos que você, mãe, pode seguir para ensinar seus filhos a se relacionar:

1. Sinalizar para seu filho quando ele mesmo realizar um comportamento que você considera adequado;
2. Encontrar oportunidades para apontar o comportamento adequado de seu filho;
3. Criar condições para ele se comportar de maneira adequada;
4. Reforçar imediatamente a criança quando o comportamento adequado ocorrer;
5. Instruir e motivar seu filho a se engajar em um comportamento adequado;
6. Apresentar uma conseqüência imediata quando a criança não se engajar no comportamento adequado.


Por exemplo, em relação ao comportamento de compartilhar: durante o lanche da tarde, você poderá comprar um refrigerante e compartilhar com sua família.
Conforme o passo 1, você deve sinalizar seu comportamento verbalmente: “olha, a mamãe vai dividir esse refrigerante e todos vão poder aproveitar”. Em relação aos passos seguintes, a mãe deve apontar esse comportamento quando a criança dividir seu lanche ou um brinquedo com um colega da escola. Se a criança não o fizer, você pode instruí-la e dizer que ela pode e deve dividir suas coisas com um coleguinha, ou com os irmãos. Quando a criança não quiser compartilhar seus brinquedos com outras crianças, por exemplo, uma dica é sugerir que ela escolha primeiro o brinquedo que quer e, em seguida, as outras escolhem. Se as crianças não quiserem compartilhar um brinquedo, ou seja, se não se engajarem em um comportamento adequado, você pode retirar o brinquedo da situação, ou seja, de acordo com o passo 6, apresente uma conseqüência para a criança por não compartilhar o brinquedo com as demais.

Da mesma maneira, pode-se exemplificar claramente os 6 passos para ensinar as crianças a se relacionarem em relação a outros comportamentos. Usar sempre palavras como “por favor”, “obrigada”, “com licença”: deixar a criança pedir o lanche na lanchonete e instruí-la a dizer “por favor” ao garçom e a agradecer quando receber o que deseja, elogiá-la quando ela se comportar adequadamente, são exemplos de como você pode ensinar a criança a ter boas maneiras e, conseqüentemente, a ter bons relacionamentos.

Outro comportamento extremamente importante que deve ser ensinado a seus filhos para que saibam se relacionar é mostrar empatia, ou seja, a criança deve saber se colocar no lugar do outro. Mãe, forneça oportunidades e, principalmente, sempre instrua a criança para que ela aprenda comportamentos empáticos e reforce-a, valorizando seu comportamento, quando o fizer. Por exemplo, quando um amigo cair, ajudá-lo a se levantar.

Toda mãe deve ter passado por uma situação em que, quando disse “não” para algo que o filho pediu, teve como resposta uma criança nervosa, com raiva, chorando e fazendo birra. Outra situação que deve ser comum é quando a criança fica desapontada com algo, quando não é convocada para o time de futebol, por exemplo, ficando enfurecida. Esse tipo de situação em que a criança não tem algo que deseja é bastante comum e não pode ser evitada. Frustrações fazem parte da vida e você poderá ajudar seu filho a passar por essas situações, de uma maneira mais fácil e suave. Isso vai favorecer seu filho pelo resto de sua vida, em todas as situações de frustração e decepção que tiver. Você estará ensinando a ele ou ela a ser emocionalmente forte!

Aqui vale lembrar, novamente, que ser um bom modelo é essencial para que a criança aprenda a se auto-acalmar. Não adianta, por exemplo, ficar nervosa quando seu filho se recusar a fazer a lição. Nunca se deve discutir com a criança e se exaltar.
Você precisa, primeiro, se acalmar e conversar com o filho, explicando por que ele deve fazer a lição, encontrando, enfim, outras maneiras de lidar com a situação.

LEMBRE-SE: NUNCA AJA QUANDO ESTIVER COM RAIVA, pois terá um comportamento incoerente com o que pretende ensinar à criança.

Por exemplo, uma criança que está aprendendo a andar de bicicleta cai algumas vezes. Ela chora e fica nervosa. Você pode ensinar-lhe que quanto mais nervosa ela estiver, maior dificuldade terá para andar na bicicleta e que, se estiver mais calma, ela terá maior facilidade em fazê-lo. Outra situação que você, mãe, pode ensinar ao seu filho é dizer a ele que a mamãe irá buscá-lo, na saída da escola .

Você pode, inicialmente, praticar essa separação em situações com períodos mais breves, como ir ao supermercado e deixar a criança com outra pessoa, por exemplo. A criança, aos poucos, aprende que a mãe sai, desaparece, mas ela volta, conforme dissera. Assim, na escola ela saberá que estará sem a mãe, naquele período, mas que depois de certo tempo a mãe reaparece e a leva para casa.

Algumas técnicas podem ser ensinadas para crianças um pouco mais velhas aprenderem a se acalmar. Pode-se sugerir para a criança sair de uma situação que a deixou com raiva, contar até 10 e respirar fundo, diversas vezes. A criança, também, se acalma quando é instruída a imaginar uma cena agradável, pensar em um lugar que ela goste, fazer perguntas para que a criança descreva como é o lugar, o que ela gosta de fazer lá etc; distrair o pensamento e fazer com que a criança fique mais calma e tenha uma sensação prazerosa.

Outra técnica que você deve aprender para ajudar seus filhos a se manterem calmos é o relaxamento. Mãe, você pode orientar seu filho a tensionar e, em seguida, relaxar certas partes do corpo, sempre partindo de uma extremidade a outra, por exemplo, de cima para baixo: primeiro a testa, passa pelo nariz, lábios, maxilar, pescoço, peito, e, assim, até que tenha relaxado todas as partes e chegue nos pés. Essa técnica eu utilizo até hoje em meus filhos, principalmente na filha. Sempre começo pelo seus pés e vou subindo até a direção do seu rosto gradualmente bem devagar com um som de uma música bem relaxante. Tenho obtido bons resultados com isso. Principalmente em véspera de vestibular é ótimo.

Nenhuma criança nasce sabendo quais comportamentos farão com que ela tenha bons relacionamentos e seja respeitada, e nenhuma criança nasce sabendo como lidar com situações frustrantes. A criança tem diversos modelos durante seu desenvolvimento: a professora, o que ela assiste na televisão, colegas etc mas os pais são os principais responsáveis por ensinar seus filhos a como se comportar adequadamente.


6 comentários:

  • Vivian Carvalho disse...

    Excelente post,mas educar não é tarefa fácil e ajudar na socialização é importante,bjs!!!

    http://blogdonadecasatambemsearruma.blogspot.com/
    http://deusguianossospassos.blogspot.com/

  • J Araújo disse...

    Não sei se foi proposital ou não, mas, você neste post joga toda a responsabilidade de educação dos filhos na mãe, acredito que a responsabilidade deve recair nos pais, isto é, pai e mãe ter as mesmas responsabilidades.
    Mesmo com toda a independência da mulher moderna isso não quer dizer que ela seja a única responsável por tal tarefa, como você mesmo disse, nada fácil. A não ser que esse filho tenha apenas exercendo o duplo papel de educadora, mesmo assim não tira a responsabilidade do pai. Até por que não existe filho sem pai.
    Acredito que eu tenha exagerado, mas o assunto é palpitante. O que você não comentou lá fiz aqui.

    Abraço

  • Toninha Borges disse...

    Bom não foi proposital a minha postagem, convenhamos que os filhos em sua maioria ficam com a mãe o maior tempo possível ou com uma cuidadora feminino. Por isso me direcionei as mães e não vejo problema algum com isso. Claro que todo criança é gerada através da união X e Y meus filhos tem pai e mãe, mas pai não está presente 24hs como a mãe, e isso vc tem que concordar. É ela que educa, leva ao médico, dar banho, ensina a comer, andar, falar, conta histórias, é confidente e inúmeras coisas que irei levar muito tempo descrevendo. O pai é o provedor que na sua maioria na separação não enxerga isso e acaba deixando a desejar e sobra pra nós mulheres fazermos dupla função.

  • Anônimo disse...

    eu também concordo com você Toninha, ficamos o maior tempo possível com os filhos e a nós somos incumbidas de toda a responsabilidade principalmente quando há separação. Sou mãe de dois filhos e me separei quando ainda eram crianças 2 e 3 anos. Hj eles são formados, casados e só estou esperando a vinda dos netos. Na minha opinião parece que o Sr. J. Araújo ficou é mordido com sua postagem ou talvez atribuiu uma certa parcela de culpa em sua vivência com relação a responsabilidade. Adorei o post continue assim.

    Viviane Rocha

  • Anônimo disse...

    Cheguei até aqui através do Entre Blogs.te seguindo vem me seguir também
    http://wwwcidaartesanatos.blogspot.com.br/
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